Antes de tudo, um criador responsável e um criador puramente comercial não tem relação direta com a quantidade de cães. Pode haver um criador comercial com 1 cão ou com 200, e o mesmo raciocínio pode ser utilizado com um criador responsável. A diferença básica é a ética. A ética e o respeito para os cães e o objetivo final da criação.

 

Veja abaixo com mais detalhes.

 

Criadores de Comerciais

(“Fábrica de Cachorros”)

Criadores responsáveis

1. Motivo para criar : diversão, bom para as crianças, para ganhar dinheiro. Não filtra compradores e raramente recusasse a uma venda, mesmo se o comprador for inadequado.

1. Dedica-se para produzir cães de qualidade, encara isso como uma vocação seria. Tem muito dinheiro e tempo investido em cães de tal modo que se esforça para ficar no zero a zero, não tem lucro, embora isso seja uma utopia, a maioria dos bons criadores tem prejuízos anos apos anos. Vende filhotes somente para compradores aprovados.

2. Cruza o cãozinho de estimação da família com qualquer outro cão da mesma raça, somente para ter filhotes puros. Não tem nenhum entendimento ou preocupação com genética, pedigree, linhas de sangue ou melhoria da raça.

2. Pode explicar como planejar cruzamentos podem ser usados para enfatizar ou minimizar características especificas usando line-breeding (cães com certo parentesco), out-crossing (cães sem parentesco), ou muito raramente, usa inbreding (cruzar exemplares com pais, filhos ou tios).

3. Apesar dos cães de estimação (pais e mães dos filhotes) possam ser amados, eles não foram testados quanto a displasia ou  quanto a doenças.

 

 

3. Não cruzam cães com menos de 2 anos. Tem armazenados os testes feito em seus cães para evitar doenças congênitas.  Estes testes servem como histórico para que sejam feitos cruzamentos que produzam filhotes sem doenças, bem como para evitar o cruzamento de cães doentes.

4. Não oferece nenhuma garantia durante a venda dos filhotes. Não qualificado para dar nenhum suporte em caso algum problema (doença genética) venha a se desenvolver.

 

4. Dá garantia por escrito (contratual) de repor o cão com defeitos genéticos ou se predispõem para ajudar o dono a lidar com qualquer tipo de problema.

 

5. O vendedor tem um limitado conhecimento da historia da raça, não é filiado a nenhuma entidade cinofila que o supervisione e oriente. Pode alegar que isto não importa para “apenas cães de estimação”.

5. Ama a raça e pode falar demoradamente sobre a raça, seu uso e tipo ideal. Tem forte preocupação com a melhorar e promover a raça. Participa ativamente de cursos, Palestras e sempre está a procura de informações, novos métodos.

6. Filhotes nascem em acomodações temporárias, algumas vezes em péssimas condições de higiene, indicando uma falta de investimento de longo prazo na criação e uma falta de cuidados verdadeiros para o bem estar dos filhotes. Na maioria das vezes não se preocupa com a sociabilizarão dos filhotes.

 

6. Investe em equipamentos e o ambiente para os filhotes tem total higiene e amor. Filhotes são sociabilizados com pessoas e sons do cotidiano para diminuir o stress quando for para o novo lar, não tem pressa para entregar os filhotes, só os entrega quando tem plena certeza de que estão bem de saúde, e que não correm risco de morte.

 

7. Mesmo quando vendem “apenas filhotes”, podem produzir pedigree  ou pedigrees dos pais como campeões como prova de qualidade. Apesar disto o vendedor não aumenta seu próprio conhecimento durante a participação de palestras e ou seminários. Ele não está realmente envolvido em colocar seus cães em exposição para provar “qualidade”, e sim, para aumentar a vendabilidade dos filhotes.

 

7. Pertence a clubes cinofilos locais, regionais e/ou nacionais, indicando seu amor pêlo esporte de criar cães puros. Expõe seus cães com orgulho e com objetivo de testá-los e a sua descendência, quanto a qualidade, evitando assim cegueira de canil.

 

8. Podem ser relutantes a mostrar ao comprador a ninhada inteira ou apresentar o pai e a mãe. Não sabe ou não fará nenhuma comparação/critica ao filhote ou aos antepassados dos filhotes.

 

8. Apresenta toda a ninhada e pais em um ambiente higiênico. Ajuda ao comprador a avaliar e escolher o filhote. Explica critérios para “possibilidade de expor o cão em exposição” x “escolha de um animal de estimação”.

9. Preços são tão baixos quanto do mercado local, pois ele precisa de desfazer dos filhotes rapidamente. Anuncia em classificados de jornais locais.

 

9. Preços serão mais altos do que o mercado local. Preços serão o reflexo de todo o investimento nos filhotes. Um criador responsável nunca lucra com a venda de filhotes. Não anuncia no Mercado livre e nem no Orkut. Geralmente tem uma lista de espera por filhotes.

 

10. Não se importa pelo futuro de filhotes individuais ou pela raça como um todo. Se você tem problemas com o filhote, não te ajuda a encontrar um novo lar para ele. Não se importa se um cão fora do padrão for colocado para acasalar, seja este um cão de sua propriedade ou um filhote por ele vendido.

 

10. Depois da compra, ele ira te ajudar com informação e dicas de cuidados de manutenção da pelagem ou problemas de treinamento. Ele irá te ajudar a encontrar um novo lar para seu cão caso você não puder mantê-los, evitando que estes sejam jogados no mundo a qualquer sorte. São totalmente  contra cruzar cães fora do padrão ou com doenças genéticas e aconselham que proprietários comuns também não o façam. Em alguns casos, castram os cães para garantir que estes não passem para as futuras características  não desejadas.

Texto hospedado na internet e adaptado por ROBERTO RODRIGUES JUNIOR, EX-assessor de Criação da FECESP - Federação de Cinofilia do estado de São Paulo, Ex-Arbitro do Sistema CBKC - Confederação Brasileira de Cinofilia e da FCI - Federacion Cinologique Internacionale e fundador do Conselho Nacional da Raça Retriever do Labrador do Brasil (CBL) www.cbl.com.br , Fundador e Presidente do CBRL - Clube Brasileiro da Raça Labrador.